A rebeldia da nossa liberdade

Hoje foi o dia de se instaurar um conflito em mim.

Mais uma vez a exigência do mundo. 

Esta correria em que vivemos. 

Este termos que ser mais e melhor. 

Mas de forma competitiva. Frenética.

De termos que ter uma vida cheia, de fazer muita coisa.

E de haver esta urgência de tudo isto acontecer quando somos novos.

E não depois quando já temos filhos. Quando já se é velho.

Esta vertiginosa volta de trapézio a que assistimos que nos faz ver a maternidade (por exemplo) como uma prisão e não conseguirmos ver a liberdade que há nisto (como li hoje no artigo de uma revista).

Falta-nos a liberdade para amar acima de tudo. 

A liberdade de darmos tempo aos nossos passos, para que sejam saboreados e vividos e não apenas uma sucessão de passos que nos levam a um qualquer objectivo social, que faça com que a sociedade nos catalogue com a chancela de "felizes".

Canso-me desta mentalidade que é preciso ir para fora, para se ser melhor e feliz. 

Que é preciso ir para a cidade grande. 

Que temos que ter a carreira e o namorado de sonho para mostrar.

E depois a família de sonho para provar que somos bem sucedidos tanto a nível profissional como pessoal.

Canso-me desta exigência contínua que nos faz perder o presente, pois nos deixa perdidos no futuro a tentar corrigir o nosso passado.

Sinto que não devemos a ninguém nenhuma obrigação sobre a nossa vida.

Temos cada um, um trilho que deve ser feito a passo e sem correrias, para que a cada respiração possamos guardar algo de novo desta vida.

E bem, estes dias chamaram-me rebelde. E nestas mentiras que contradizem a minha verdade sou mesmo e só sei ser assim. 

Persigo a liberdade de amar, em mim, e a liberdade de me deixar amar.

Actualização de tempo: Summer time :)

Piratas que vão ser alguém

Andamos em mares diferentes...
Uns atravessando tempestades, uns vivendo felizes tempos em ilhas encantadas e outros avistando a terra há tanto desejada.
Remando todos em barcos diferentes, somos piratas que sempre temos tempo para nos olharmos nos olhos, nem que seja à distância de uns simples binóculos.
Há vezes que mareamos de barcos encostados rezando para que a tempestade passe.
Há vezes em que combinamos seguir juntos viagem e simplesmente vivermos a vida.
Nestes entre(tantos), mantemos os nossos diferentes barcos unidos pelos mesmos ventos que nos sopram.

Latitudes e temporalidades… Onde e quando?

Chegamos…

Quando chegamos?

Chegamos cedo demais quando ainda nem sabemos o que queremos ou chegamos tarde demais quando já há demasiados padrões a que tendemos pertencer e repetir.

Preferimos a paixão que chega cedo demais e desaparece ainda mais cedo, ou o amor que por vezes chega tarde demais e já tem demasiados novelos a enrolá-lo em mistos de desejos, expectativas ou resoluções de passado?

 Oscilo na percepção do que somos e do que queremos. E acredito que amamos. Pois linhas contínuas não são sinal de vida e linhas que oscilam depressa demais são sinal de perigo. Gosto de sentir o bater sereno cá dentro da certeza do que vem.

Chegar longe é chegar perto, e às vezes o longe fica perto basta redefinirmos onde queremos chegar. Basta definir altitude e latitude e depois deixar voar como se de um balão de ar quente se tratasse, que sabe onde quer ir, mas deixa-se levar pelo vento leve e solto.

Se chegamos longe dizemos que fomos longe demais, se ficámos por pouco dizemos que faltou o quase e nesta corda bamba vamos saltitando, olhando o horizonte e desejando o infinito enquanto nos contentamos com o chão descalço que sentimos. Nem sempre deixamos que aconteça o verdadeiro encontro, o verdadeiro toque, pois preferimos a vida certa e constante de uma linha continua que não nos define nem em latitude, nem em altitude. E por entre partidas e regressos, encontros e reencontros nos vamos retraçando, reencontrando, perdendo e deixando que os outros se estilhacem em nós. Para que no fim, nos encontremos perdidos em cada um dos outros que aqui se cruzam.

“Descreve-me a tua latitude (em mim)… Põe um pouco de delicadeza no que escreveres.”

 (adaptado de Thiago Petit)

Meridiano

 

Sempre que me quero encontrar,

viro 5º a sudoeste,

e espero que virem 5º a nordeste.

 

Quando 5 viram a 5º o nosso meridiano aparece.

 

Sempre que me quero encontrar,

viro 5º a sudoeste,

espero que virem 5º a nordeste.

sigo o nosso meridiano,

e encontro-me.

 

Encontro-me em vocês.

hÁ COMPROMISSOS que decidimos tomar, há compromissos dos quais fugimos, mas há um que nos esquecemos vezes demais... o de nos lembrarmos daqueles que nos constroem com memórias e partilhas.


http://www.youtube.com/watch?v=yf7oU3rsRUw&list=LLvy89PhtNHF86T_sW7XqUVQ

Ao maravilhoso

Hoje deixo-vos citações do filme "To the Wonder". Escrito e realizado por Terrence Malik, as (poucas) palavras que aparecem no filme são philos+sophia [=amor à sabedoria]. 

"Hás-de amar, quer queiras quer não. As emoções vão e vêm como as nuvens. O amor não é apenas um sentimento. O amor demonstra-se. Amar é correr o risco de falhar, o risco da traição. Temes que o teu amor tenha morrido. Talvez esteja à espera para se transformar em algo superior. Acordem a presença divina, adormecida em cada homem, em cada mulher. Conheçam-se um ao outro nesse amor que nunca muda.

Desejamos viver dentro da segurança das leis. Tememos escolher. Jesus insiste na escolha. A única coisa que ele condena totalmente é evitar a escolha. Para escolher é preciso comprometer-se. E comprometer-se é correr o risco, é correr o risco de fracasso, o risco de pecar, o risco de traição. Mas Jesus pode lidar com tudo isso. O perdão ele nunca nos nega. O homem que comete um erro pode se arrepender. Mas o homem que hesita, que não faz nada, que enterra o seu talento na terra, com ele, ele não pode fazer nada."

A vida é um sonho. No sonho não podes cometer erros. No sonho, podes ser o que quiseres.

Q: Will you pray with me?

A: I have no faith.

Love that loves us... thank you."

Um Grito que Rasga o Silêncio

Nem sempre as notas de uma melodia fazem sentido..
Nem sempre a felicidade de uma esperança se objectiva em decisões fáceis de tomar...
Nem sempre a flor que comprámos é da cor que estava na embalagem...

Porque quase sempre a vida é uma maratona sobre um fio suspenso sobre um público sem rosto...
Porque, apesar das justificações teóricas, a vida se resume a uma roleta russa onde a sorte e o azar imperam...

Basta acreditarmos que o incerto nos trará a melhor solução... E se não o fizer, com certeza que nos dará armas para combater a o sentimento de impotência que nos assalta à mão armada...